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Monstras

Looks masculinos que têm, quase de certeza, uma psicopata por detrás a mandar bitaites

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Sabem aquela frase que diz que “por detrás de um grande homem está uma grande mulher”? Pois, em muitas situações pode ser bem verdade. Estou-me a lembrar da mulher do Figo ou do Casilhas, da mamã Ronalda, da mãe do querido Afonso Henriques ou até da minha própria – se não fosse ela a escolher os modelitos para o meu pai, aquilo era uma desgraceira.

 

Mas há muito homem de bem que anda por aí nas ruas da amargura – no que ao estilo diz respeito. E é por esse motivo que as Monstras devem intervir em jeito de alerta para esta causa.

Depois de falar disto algumas vezes com a querida Monstra P., eis que ambas chegámos a uma conclusão: por detrás de um homem há, muitas vezes, uma psicopata a mandar bitaites. É que só pode. Baseamo-nos numa investigação empírica, está claro. A nossa observação levou a esta grande conclusão, mas outras questões ficam por responder. Será que essas mulheres/esposas/namoradas/companheiras/mães/amigas coloridas fazem a coisa de propósito? É uma questão que quase me tira o sono. Passo a explicar.

 

Muitos homens com quem nos cruzamos diariamente apresentam looks duvidosos. Mesmo que sejam da sua autoria, não haverá uma mãe/avó/tia/irmã/amiga que se digne a advertir para tamanho assassinato de estilo? É por isso que me vem à cabeça que, muitas das vezes, são elas a incitar a tamanha atrocidade. Mas porquê?!

 

Ora vejamos, várias teorias da conspiração:

1 – elas acham que o homem é um pedaço de mau caminho e, não vá o diabo tecê-las, é melhor arranjar-lhe umas vestimentas péssimas de modo a afastar o galanteio alheio;

2 – elas acreditam piamente que o homem está bem parecido com as vestes que geralmente enverga (neste caso é importante verificar se o crime de guarda-roupa se estende à mulher em questão. Se assim for, é mesmo um caso perdido de mau gosto em parelha);

3 – o homem fez das suas e agora a maior vingança é incitá-lo a adotar um look que faça lembrar o Michael Bolton nos seus tempo áureos.

 

Para onde vão as vossas apostas? Eu estou dividida, mas a primeira – ai, a primeira! – está-me sempre a vir ao pensamento.

Mas bem, em atrocidades é que isto se traduz? Muitas delas já falámos em posts anteriores, por exemplo aqui.

 

Faço um rápido apanhado dos exemplos mais gritantes:

- cabelo espetado com gel;

- sapato clássico com jeans;

- camisa aos quadrados por dentro dos jeans;

- cintos grossos, tipo cantor de música sertaneja;

- camisa aberta com peito à mostra;

- calças com bolsos de lado;

- jeans com lavagens acentuadas;

- colarinhos revirados para cima (porquê, senhores?);

- fatos para defuntos (são aqueles que não correspondem de maneira nenhuma ao tamanho da pessoa em si);

- sunga;

- bermudas;

- manga comprida por baixo de t-shirts;

- meia branca com sapato clássico.

 

E é isto minha gente. Para acabar com este flagelo, é intervirem junto da vossa comunidade – como diria a boa Oprah Winfrey. Claro que há casos perdidos, nós bem sabemos. Aí, só nos resta rezar por suas almas lesadas.

 

Monstra S.

Querida Monstra P.

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Como bem sabes aqui a Monstra S. vai dar o nó. Como tal, solicito a tua brilhante mente para engendrar a minha despedida de solteira.

 

A menina já sabe que eu sou uma pessoa simples (mas não simplória), um pouco forreta (mas chique), muito divertida (mas não bardajona) e que, por todos estes motivos, conto ter uma festa bonita e sem presença de formas fálicas.

 

Coisas proibidas:

- falos;

- strippers (gigantones, de estatura normal ou anões);

- presentes ordinários;

- desportos radicais;

- locais de índole duvidosa.

 

Coisas permitidas:

- boa comida;

- boa bebida;

- espaços trendy, tipo supé – táver?;

- festa de pijama (desde que não seja em minha casa);

- spas com fartura;

- massive shopping.

 

Obrigada desde já e espero não me arrepender de a ter como anfitriã.

 

Monstra S.

Balanço de início do ano – Parte I (ou a forma de arranjar maneira de pagar para dar uma carga de porrada a uma amiga e fazer-lhe terapia depois do trauma)

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Este ano, apesar de não ter comido as passas no alto de uma cadeira, decidi assumir um compromisso para comigo – o de este ano arriscar mais e fazer mais por atingir alguns dos meus objetivos pessoais e profissionais.

Graças a um leque de amigas escolhido a dedo, que deriva de um conjunto de grupetas distintas e que praticamente não se conhecem, acabou por acontecer já uma data de iniciativas que de outra forma não tinha feito ou teria adiado. Foram-me fazendo a folha, basicamente, mesmo sem se conhecerem. Ora vejamos:

 

Massagem Tailandesa – comecei logo com grande coragem e fui fazer uma massagem tailandesa. Na verdade tinha sido uma oferta por parte das minhas “lindinhas cridinhas” amigas, aquando do meu aniversário. Deixei o voucher mesmo para o fim, mas quis o destino que ainda houvesse uma vaga para a minha pessoa. Liguei e marquei uma massagem “mista” (AKA, mistura de massagem de óleos com massagem tailandesa).

 

 

Digo-vos que levei uma grande tareia. Começou logo com grande atitude por parte da massagista (que não falava português, apenas inglês) a deitar-se em cima de mim e a estalar-me todos os ossinhos do corpo. Confesso que fiquei com medo dela o tempo todo, sempre a tentar antever os “mooves” seguintes. Se isto foi uma massagem “mista” não sei o que será uma verdadeira massagem tailandesa, mas também não vou procurar saber – isso é certo.

 

No final, apesar de tudo, senti-me bem e acabei a beber um cházinho ao som de música tailandesa num habitat povoado por budas. O pack todo funciona, acabamos por nos sentir mais leves e mais conscientes do nosso corpo – mais que não seja porque nos dói.

 

Leitura da Aura – vejam bem isto! Eu a fazer leitura da Aura… (emoji a revirar os olhos). Nunca teria pensado nisso, mas fiz uma promessa (mais uma vez as amigas a porem-me nestes preparos) e as promessas são para cumprir.Depois de três meses a aguardar por uma vaga, lá consegui agenda com a Joana Madruga. Posso dizer que gostei muito: não ficamos a saber nada que já não saibamos sobre nós, mas, como dizia o outro “é um abre olhos”. Faz-nos ter mais consciência da nossa personalidade e do impacto dela na nossa vida, nas nossas atitudes e por aí fora. A Joana é uma querida. Disse-me logo que se via claramente que eu não era uma dessas pessoas crentes neste estilo de coisas, mas que não devia fechar as portas completamente a estes assuntos.

 

Para além disso, confirma-se: sou uma sentimentaloide dos infernos e ao mesmo tempo uma jararaca – síndrome conhecido como “cão que ladra, mas não morde”, estão a ver?

 

 

Não percam a parte II, bem mais calma física e emocionalmente.

 

Monstra S.

O porquê de não gostar do «revelhão» e como acabar o ano numa Sociedade Filarmónica com amigos para a vida toda

As Monstras têm andado desaparecidas. É um facto. Mas é que isto de mudar de ano afeta-nos um pouco a sensibilidade. É muita festarola para organizar, muito jantar para comparecer, muito bater perna no shopping para fazer e por aí fora.

Neste momento estamos pouco a pouco a regressar ao ritmo do dia-a-dia. E é difícil. Mudar de ano, pelo menos para mim, é pior que mudar de fuso horário ou do que ir ao dentista. Esta coisa de mudar de ano dá cabo de mim, confesso. É um pouco melancólico, deixa-me sempre um pouco ansiosa. Já padeço desta problemática há já algum tempo e, analisando bem as coisas, penso que é por aí que as minhas passagens de ano são sempre um pouco decadentes e bem regadas em álcool.

 

Não gosto de grandes confusões, por isso concertos, discotecas e grandes maranhais de gente, não é para mim. Sim, é a velhice a atacar-me, provavelmente. Mas já está a atacar há uns bons anos, de maneira que acho que é crónico.

Por esse motivo, sou mais daquelas pessoas que nos últimos anos tem passado com grupos de amigos em casa de alguém, a enfardar-me de sapateiras e de gambas tamanho XL. Mas isso também dá uma trabalheira dos diabos e, em 2017, tinha mais vontade para uma coisa ao estilo “não vou mexer uma palha” e vou para um sítio onde me sirvam o champanhe à boca em cascata. Eu bem tentei, é certo, mas quando comecei a ver as coisas boas e com preços mais ou menos decentes estavam já todas sem disponibilidade.

 

Portanto que tudo ficou decidido apenas no dia 30. Isto é que é viver no limite, meus caros! Como éramos apenas 6 gatos pingados acabámos por comer um belo repasto, AKA, mariscada e vinhaça como manda a lei, e depois… fomos passar a meia-noite a uma Sociedade Filarmónica. Foi o fundo do poço em termos de glamour, apetite appeal, fancy people e por aí fora. Havia de tudo: crianças, adultos e maioritariamente séniores, que dominavam a pista de dança com passos exímios, que fariam corar de inveja o Joaquín Cortez. Tudo muito bem aperaltado, dentro do género pseudo-bimbo – o que me deixou muito mais confortável com as minhas collants aparentemente transparentes, mas que à luz desarmada daquela pista de baile me faziam parecer ter duas próteses em vez de duas pernas de carne e osso. Tive ganas de ir a Itália só para estrangular o CEO da Calzedónia, mas acabei por aceitar o meu destino e fiz questão de rompê-las de tanto dançar.

 

Mas adiante, que isto ainda pode melhorar. Cada grupo tinha uma mesa, sendo que a nossa era a mais vazia. É que todas as pessoas tinham levado a marmita de marisco, bebidas, doces e por aí fora - claramente não nos tinham passado o mesmo briefing. Em menos de uma hora tínhamos vários donativos das mesas vizinhas. Claramente acharam que nós éramos uns pobres coitados, sem o que comer, nem o que beber. Resultado: ficámos todos amigos para a vida. E consolidámos tamanha amizade a fazer rodas de braço dado, uma marcha popular improvisada, um apita ao comboio bem afinado, uma homenagem aos Xutos em uníssono e lá para as 6 da manhã até passou BackstreetBoys, a pedido das maiores fãs do pedaço, Las Monstras. Tive também de ceder o meu homem para caridade, que claramente fez furor a dançar com uma ou outra velha. Já sei onde isto vai acabar quando o tiver de por num lar.

 

E foi isto. A bem dizer, pouco faltou para o champanhe em cascata.

Tenho para mim que daqui a uns anos, se publicitarmos muito este evento recreativo, vai ser coisa para custar um balúrdio nas grandes metrópoles. Não é o que todos andamos a pagar, a pseudo-autenticidade das tascas típicas, dos mercados, das mercearias reinventadas, dos espaços retro? Porque não um Revenge of the Sociedades Filarmónicas? Nós vamos! 😉

 

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Monstra S. 

Como fazer furor numa festa de Natal da empresa sem parecer uma jávarder

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Esta questão põe-se desde os primórdios dos jantares de Natal que, segundo as minhas investigações, tiveram início no final do século passado.

Tenho uma amiga que trabalha numa grande empresa (uma das maiores deste país) e diz ela que as festas de Natal são míticas ao nível da ramboiada e dos looks duvidosos. Eu digo que os looks duvidosos são meio caminho para uma noite de ramboia, massssss… nem sempre! Há também os looks dissimulados que acabam a noite na ramboiada, as well. E o facto é que tanto em empresas grandes, como em empresas micro-nano o fenómeno “hoje vesti-me para ser uma jávarder, gosto e não me importo” é muito popular nesta época.

O equilíbrio é a palavra-chave, como em tudo na vida, mas é sempre um ponto difícil de atingir. É mesmo. Quem já não se sentiu linda de morrer numa ocasião especial, mas a penar com dores nos pés, com comichão em sítios dos infernos e com a maquilhagem a derreter a toda a hora. Já para não falar do cabelo, que é quase sempre um issue.

Então vamos lá a alguma dicas que ajudarão certamente.

 

1 – Apostar num look fiel a nós próprias, mas com um twist.

É uma festa, boa?! Arrisquem um bocadinho e experimentem conjugar padrões diferentes ou misturar mais do que uma cor sólida. Não precisam de roupa nova, provavelmente poderão dar um ar da sua graça com um ou dois acessórios diferentes ou com uma maquilhagem mais especial. Não vão é com ar de monos.

 

2 – Não apostar em mamas de fora.

Nem mamas, nem outras partes. Para começar, está um frio dos diabos e depois não há necessidade de provocar o pessoal com quem, poucos dias depois iremos ter uma reunião ou beber um café na copa da empresa.  Quem é que disse que mamas de fora is the new black?

 

3 – Apostar num look casual chic.

Ou o chamado “não quero saber, mas quero tanto” - que pessoalmente adoro. É aquele look despretensioso, que dá a ideia que a pessoa não passou muito tempo a pensar no assunto, mas depois é vê-la sambar na cara das inimigas - enquanto as outras estão a dar tudo com rendas de igreja, decotes do tamanho do vale do Jurássico Parque, minissaias semelhantes aos cintos da WWE e sapatos vertiginosos que fazem inveja à Mónica do Viking,

 

4 – Cuidar dos básicos.

A saber: unhas, cabelo e pele. De que vale estarmos no nosso melhor modelito se estas áreas estão no seu pior?

Unhas: cuidadinho com elas, gente, ninguém gosta de garras a não ser um Elfo da saga Tolkien.

Cabelo: evitem parecer um Chewbacca nestas ocasiões.

Pele: especial atenção às sobrancelhas e à bigodaça.

 

5 – Não se comportarem como se fossem umas hienas.

on set, não vale a pena dar muito nas vistas pelas piores razões. Ok, é uma festa, é Natal, o pessoal está feliz e contente, mas ninguém quer dar aquele ar de que já não saía de casa há 20 anos e que agora é que é para dar tudo. Contenham-se um bocadinho, vá.

 

6 – Não parecer que estão num ciclo de cio.

Questão complexa para ambos os sexos.

Se a pessoa é solteira – ok, está tudo muito bem, mas também não vale a pena levar um letreiro na testa e passar o resto da noite a fazer-se ao bife.

Se a pessoa não é solteira – atenção, não faz mal nenhum conviver, conversar, dar um pezinho de dança. Também não é preciso encarnar o tédio em pessoa (sim, também há aquela malta com ar de santa que se senta numa cadeira a noite toda e não arreda pé dali a cortar na casaca dos outros). Mas quem já não viu nestas festas pessoal com comportamento duvidoso, AKA, cio? É quase comovente assistir a este espetáculo, a pessoa não paga para ver a malta a soltar a franga, mas vem quase sempre como bónus.

 

E é basicamente isto. Não deixem de ser fiéis àquilo que são só porque vão a qualquer lado, mas muito menos se vão a uma festa da vossa empresa. Já vi pessoas a irem para o olho da rua na sequência de convívios empresariais. No final da festarola é dar de caras nos dias vindouros com a maior parte das pessoas que acabaram a noite a babar-se. Ou com uma mama de fora.

 

Monstra S.

Vida de MONSTRA não é fácil e piora consideravelmente em dias de chuva

Uma pessoa sofre com estas mudanças de tempo. Sofre por si e pelos outros. É um sofrimento coletivo.

Já não bastava o drama do cabelo com frizz intenso, o dilema da indumentária a escolher toda a santa manhã e o trânsito caótico, ainda temos de levar com o mesmo mau aspeto e má disposição dos outros. 

 

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Mas a propósito de dias de chuva, eis que ontem me aconteceu um verdadeiro drama que põe todos os outros num bolso. Já andava há uns tempos a sentir que os pneus do carro estavam um pouco vazios, mas depois olhava para eles e pensava, ah, até estão com bom ar! De vez em quando lá dizia ao meu homem, tens de me ver os pneus do carro porque acho que estão um pouco vazios. A questão é que tanto eu como ele somos pessoas muito descontraídas ao nível da manutenção dos veículos. É o deixa andar. Eu mais, claro. Mas no caso dos homens, há muitos exemplares do sexo masculino que só lhes falta levar o carro para casa, dormir com ele e rezar para que no dia seguinte tenha nascido um Mini daquela linda união. Bem, isso não acontece lá por casa, e ainda bem que não tenho cá pachorra, mas de facto um pouco mais de zelo também não fazia mal.

Pois bem, agora que começaram as chuvas senti ainda mais o carro a pedir para lhe ver os pneus... ou então era só a minha consciência a pesar-me.

 

Como moça emancipada do século XXI decidi eu própria encarnar o mecânico que há em mim e lá fui eu encher os ditos cujos. Saí do trabalho e parei na bomba mais próxima - e posso mesmo afirmar que ia convencida de que era fácil e de que seria num instante. E foi, de facto. Enchi-os todos e, embora estivesse com as mãos todas mascarradas e a sentir todos aqueles micróbios a percorrerem-me o corpo (sim, tenho a tara dos germes), pensei que seria bem bom chegar a casa, encher o peito de orgulho e declarar, sim, fui eu que os enchi e ficaram bem bons!

Estava eu nestes pensamentos, quando me deparo com a situação do pneu dianteiro direito. Estava no chão, parecia que tinha derretido. ESTAVA TODO VAZIO! Céus, mas como? Eu tinha feito o mesmo que nos outros e agora ainda estava mais vazio do que quando ali tinha chegado? Não podia ser. Então, arregacei mangas e toca de encher novamente. NADA. Não levantava nem um milímetro do chão. Entretanto começou a chover, primeiro uma chuva miudinha e depois aumentou de intensidade. Comecei a sentir o meu cabelo tipo caniche hair, um must! Decidi que precisava de ajuda, já ali estava há 20 minutos naquela situação e já tinha um carro atrás de mim, a aguardar para se servir dos aparelhómetros todos.

 

Entrei na bomba e de facto o meu aspeto devia ser muito mau. As pessoas olhavam para mim com ar estranho. Perguntei se me podiam ajudar, porque já estava ali há algum tempo e  não conseguia encher o raio do pneu. Agora não podemos, está aqui muita gente, mas o meu colega já lá vai. Ok, eu então espero lá fora. Mal me fui aproximando da zona onde estava o carro, sempre tentando não me molhar ainda mais, vi logo o carro que estava atrás do meu arrancar em fúria. Logo outro avançou, e lá dentro um homem esbracejava na minha direção.

E é aqui, minhas caras Monstras, que as mulheres ganham aos pontos aos homens. Enverguei a minha cara de pum e misturei com cara de pobre e abandonada. Bom, não era muito difícil, dado o meu aspeto de cão molhado. Se calhar exagerei mesmo, pois o homem que outrora estava fulo da vida saiu do carro e enfrentou a chuva para me ajudar. Ah, pois, já sei o que aconteceu. Esvaziou o pneu completamente, mas é fácil de resolver. E pôs-se a encher. Logo de seguida veio finalmente o senhor da bomba e era eu a sentir-me cada vez pior por estar ali a dar que fazer àquela gente, debaixo daquela chuva. E, como todos os bons homens que gostam de se sentir prestáveis, pareciam até estar contentes por ajudar este mono que sou eu.

 

Estou certa que arranjei ali dois amigos para a vida. O senhor do carro (muito parecido ao Dr. Stu do filme A Ressaca) estava completamente encharcado, mas sempre muito sorridente e muito prestável. Um dó. Se calhar é melhor entrar no carro, já que já cá está este senhor para ajudar, não precisa de se estar a molhar mais. E lá foi ele para o carro sempre a sorrir. 

 

Foi aí que o senhor da bomba me perguntou se os outros pneus também precisavam de ar. Acho que não, parecem estar cheios, mas se já agora quiser confirmar, fico mais descansada. Ora bem, foi a melhor coisa que eu fiz. A senhora não pode andar com os pneus assim à chuva… isto é um perigo! Estava tudo vazio, aparentemente. Como assim, depois de estar ali há séculos a dar ar nos pneus, à chuva, ao frio, com o jantar em casa por fazer?!

Cheguei a casa péssima da vida, mas a rir-me da situação, claro, este sentido de humor negro nunca me abandona. Contei tudo ao meu homem e concluí que da próxima vez tinha mesmo de ser ele a fazer o check up aos pneus, porque, claramente, eu não era capaz. Ah, mas agora já viste como se faz, vais ver que vai ser fácil.

 

É caso para ter ficado com o número do Dr. Stu para emergências. Podia até haver um claim para os serviços do Stu:

 

Se não tens ar nos pneus

E não sabes encher tu

O melhor então

É chamares o Stu

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Monstra S.