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Monstras

Querida Monstra P.

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Como bem sabes aqui a Monstra S. vai dar o nó. Como tal, solicito a tua brilhante mente para engendrar a minha despedida de solteira.

 

A menina já sabe que eu sou uma pessoa simples (mas não simplória), um pouco forreta (mas chique), muito divertida (mas não bardajona) e que, por todos estes motivos, conto ter uma festa bonita e sem presença de formas fálicas.

 

Coisas proibidas:

- falos;

- strippers (gigantones, de estatura normal ou anões);

- presentes ordinários;

- desportos radicais;

- locais de índole duvidosa.

 

Coisas permitidas:

- boa comida;

- boa bebida;

- espaços trendy, tipo supé – táver?;

- festa de pijama (desde que não seja em minha casa);

- spas com fartura;

- massive shopping.

 

Obrigada desde já e espero não me arrepender de a ter como anfitriã.

 

Monstra S.

O porquê de não gostar do «revelhão» e como acabar o ano numa Sociedade Filarmónica com amigos para a vida toda

As Monstras têm andado desaparecidas. É um facto. Mas é que isto de mudar de ano afeta-nos um pouco a sensibilidade. É muita festarola para organizar, muito jantar para comparecer, muito bater perna no shopping para fazer e por aí fora.

Neste momento estamos pouco a pouco a regressar ao ritmo do dia-a-dia. E é difícil. Mudar de ano, pelo menos para mim, é pior que mudar de fuso horário ou do que ir ao dentista. Esta coisa de mudar de ano dá cabo de mim, confesso. É um pouco melancólico, deixa-me sempre um pouco ansiosa. Já padeço desta problemática há já algum tempo e, analisando bem as coisas, penso que é por aí que as minhas passagens de ano são sempre um pouco decadentes e bem regadas em álcool.

 

Não gosto de grandes confusões, por isso concertos, discotecas e grandes maranhais de gente, não é para mim. Sim, é a velhice a atacar-me, provavelmente. Mas já está a atacar há uns bons anos, de maneira que acho que é crónico.

Por esse motivo, sou mais daquelas pessoas que nos últimos anos tem passado com grupos de amigos em casa de alguém, a enfardar-me de sapateiras e de gambas tamanho XL. Mas isso também dá uma trabalheira dos diabos e, em 2017, tinha mais vontade para uma coisa ao estilo “não vou mexer uma palha” e vou para um sítio onde me sirvam o champanhe à boca em cascata. Eu bem tentei, é certo, mas quando comecei a ver as coisas boas e com preços mais ou menos decentes estavam já todas sem disponibilidade.

 

Portanto que tudo ficou decidido apenas no dia 30. Isto é que é viver no limite, meus caros! Como éramos apenas 6 gatos pingados acabámos por comer um belo repasto, AKA, mariscada e vinhaça como manda a lei, e depois… fomos passar a meia-noite a uma Sociedade Filarmónica. Foi o fundo do poço em termos de glamour, apetite appeal, fancy people e por aí fora. Havia de tudo: crianças, adultos e maioritariamente séniores, que dominavam a pista de dança com passos exímios, que fariam corar de inveja o Joaquín Cortez. Tudo muito bem aperaltado, dentro do género pseudo-bimbo – o que me deixou muito mais confortável com as minhas collants aparentemente transparentes, mas que à luz desarmada daquela pista de baile me faziam parecer ter duas próteses em vez de duas pernas de carne e osso. Tive ganas de ir a Itália só para estrangular o CEO da Calzedónia, mas acabei por aceitar o meu destino e fiz questão de rompê-las de tanto dançar.

 

Mas adiante, que isto ainda pode melhorar. Cada grupo tinha uma mesa, sendo que a nossa era a mais vazia. É que todas as pessoas tinham levado a marmita de marisco, bebidas, doces e por aí fora - claramente não nos tinham passado o mesmo briefing. Em menos de uma hora tínhamos vários donativos das mesas vizinhas. Claramente acharam que nós éramos uns pobres coitados, sem o que comer, nem o que beber. Resultado: ficámos todos amigos para a vida. E consolidámos tamanha amizade a fazer rodas de braço dado, uma marcha popular improvisada, um apita ao comboio bem afinado, uma homenagem aos Xutos em uníssono e lá para as 6 da manhã até passou BackstreetBoys, a pedido das maiores fãs do pedaço, Las Monstras. Tive também de ceder o meu homem para caridade, que claramente fez furor a dançar com uma ou outra velha. Já sei onde isto vai acabar quando o tiver de por num lar.

 

E foi isto. A bem dizer, pouco faltou para o champanhe em cascata.

Tenho para mim que daqui a uns anos, se publicitarmos muito este evento recreativo, vai ser coisa para custar um balúrdio nas grandes metrópoles. Não é o que todos andamos a pagar, a pseudo-autenticidade das tascas típicas, dos mercados, das mercearias reinventadas, dos espaços retro? Porque não um Revenge of the Sociedades Filarmónicas? Nós vamos! 😉

 

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Monstra S. 

Como fazer furor numa festa de Natal da empresa sem parecer uma jávarder

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Esta questão põe-se desde os primórdios dos jantares de Natal que, segundo as minhas investigações, tiveram início no final do século passado.

Tenho uma amiga que trabalha numa grande empresa (uma das maiores deste país) e diz ela que as festas de Natal são míticas ao nível da ramboiada e dos looks duvidosos. Eu digo que os looks duvidosos são meio caminho para uma noite de ramboia, massssss… nem sempre! Há também os looks dissimulados que acabam a noite na ramboiada, as well. E o facto é que tanto em empresas grandes, como em empresas micro-nano o fenómeno “hoje vesti-me para ser uma jávarder, gosto e não me importo” é muito popular nesta época.

O equilíbrio é a palavra-chave, como em tudo na vida, mas é sempre um ponto difícil de atingir. É mesmo. Quem já não se sentiu linda de morrer numa ocasião especial, mas a penar com dores nos pés, com comichão em sítios dos infernos e com a maquilhagem a derreter a toda a hora. Já para não falar do cabelo, que é quase sempre um issue.

Então vamos lá a alguma dicas que ajudarão certamente.

 

1 – Apostar num look fiel a nós próprias, mas com um twist.

É uma festa, boa?! Arrisquem um bocadinho e experimentem conjugar padrões diferentes ou misturar mais do que uma cor sólida. Não precisam de roupa nova, provavelmente poderão dar um ar da sua graça com um ou dois acessórios diferentes ou com uma maquilhagem mais especial. Não vão é com ar de monos.

 

2 – Não apostar em mamas de fora.

Nem mamas, nem outras partes. Para começar, está um frio dos diabos e depois não há necessidade de provocar o pessoal com quem, poucos dias depois iremos ter uma reunião ou beber um café na copa da empresa.  Quem é que disse que mamas de fora is the new black?

 

3 – Apostar num look casual chic.

Ou o chamado “não quero saber, mas quero tanto” - que pessoalmente adoro. É aquele look despretensioso, que dá a ideia que a pessoa não passou muito tempo a pensar no assunto, mas depois é vê-la sambar na cara das inimigas - enquanto as outras estão a dar tudo com rendas de igreja, decotes do tamanho do vale do Jurássico Parque, minissaias semelhantes aos cintos da WWE e sapatos vertiginosos que fazem inveja à Mónica do Viking,

 

4 – Cuidar dos básicos.

A saber: unhas, cabelo e pele. De que vale estarmos no nosso melhor modelito se estas áreas estão no seu pior?

Unhas: cuidadinho com elas, gente, ninguém gosta de garras a não ser um Elfo da saga Tolkien.

Cabelo: evitem parecer um Chewbacca nestas ocasiões.

Pele: especial atenção às sobrancelhas e à bigodaça.

 

5 – Não se comportarem como se fossem umas hienas.

on set, não vale a pena dar muito nas vistas pelas piores razões. Ok, é uma festa, é Natal, o pessoal está feliz e contente, mas ninguém quer dar aquele ar de que já não saía de casa há 20 anos e que agora é que é para dar tudo. Contenham-se um bocadinho, vá.

 

6 – Não parecer que estão num ciclo de cio.

Questão complexa para ambos os sexos.

Se a pessoa é solteira – ok, está tudo muito bem, mas também não vale a pena levar um letreiro na testa e passar o resto da noite a fazer-se ao bife.

Se a pessoa não é solteira – atenção, não faz mal nenhum conviver, conversar, dar um pezinho de dança. Também não é preciso encarnar o tédio em pessoa (sim, também há aquela malta com ar de santa que se senta numa cadeira a noite toda e não arreda pé dali a cortar na casaca dos outros). Mas quem já não viu nestas festas pessoal com comportamento duvidoso, AKA, cio? É quase comovente assistir a este espetáculo, a pessoa não paga para ver a malta a soltar a franga, mas vem quase sempre como bónus.

 

E é basicamente isto. Não deixem de ser fiéis àquilo que são só porque vão a qualquer lado, mas muito menos se vão a uma festa da vossa empresa. Já vi pessoas a irem para o olho da rua na sequência de convívios empresariais. No final da festarola é dar de caras nos dias vindouros com a maior parte das pessoas que acabaram a noite a babar-se. Ou com uma mama de fora.

 

Monstra S.