Esta questão põe-se desde os primórdios dos jantares de Natal que, segundo as minhas investigações, tiveram início no final do século passado.
Tenho uma amiga que trabalha numa grande empresa (uma das maiores deste país) e diz ela que as festas de Natal são míticas ao nível da ramboiada e dos looks duvidosos. Eu digo que os looks duvidosos são meio caminho para uma noite de ramboia, massssss… nem sempre! Há também os looks dissimulados que acabam a noite na ramboiada, as well. E o facto é que tanto em empresas grandes, como em empresas micro-nano o fenómeno “hoje vesti-me para ser uma jávarder, gosto e não me importo” é muito popular nesta época.
O equilíbrio é a palavra-chave, como em tudo na vida, mas é sempre um ponto difícil de atingir. É mesmo. Quem já não se sentiu linda de morrer numa ocasião especial, mas a penar com dores nos pés, com comichão em sítios dos infernos e com a maquilhagem a derreter a toda a hora. Já para não falar do cabelo, que é quase sempre um issue.
Então vamos lá a alguma dicas que ajudarão certamente.
1 – Apostar num look fiel a nós próprias, mas com um twist.
É uma festa, boa?! Arrisquem um bocadinho e experimentem conjugar padrões diferentes ou misturar mais do que uma cor sólida. Não precisam de roupa nova, provavelmente poderão dar um ar da sua graça com um ou dois acessórios diferentes ou com uma maquilhagem mais especial. Não vão é com ar de monos.
2 – Não apostar em mamas de fora.
Nem mamas, nem outras partes. Para começar, está um frio dos diabos e depois não há necessidade de provocar o pessoal com quem, poucos dias depois iremos ter uma reunião ou beber um café na copa da empresa. Quem é que disse que mamas de fora is the new black?
3 – Apostar num look casual chic.
Ou o chamado “não quero saber, mas quero tanto” - que pessoalmente adoro. É aquele look despretensioso, que dá a ideia que a pessoa não passou muito tempo a pensar no assunto, mas depois é vê-la sambar na cara das inimigas - enquanto as outras estão a dar tudo com rendas de igreja, decotes do tamanho do vale do Jurássico Parque, minissaias semelhantes aos cintos da WWE e sapatos vertiginosos que fazem inveja à Mónica do Viking,
4 – Cuidar dos básicos.
A saber: unhas, cabelo e pele. De que vale estarmos no nosso melhor modelito se estas áreas estão no seu pior?
Unhas: cuidadinho com elas, gente, ninguém gosta de garras a não ser um Elfo da saga Tolkien.
Cabelo: evitem parecer um Chewbacca nestas ocasiões.
Pele: especial atenção às sobrancelhas e à bigodaça.
5 – Não se comportarem como se fossem umas hienas.
Já on set, não vale a pena dar muito nas vistas pelas piores razões. Ok, é uma festa, é Natal, o pessoal está feliz e contente, mas ninguém quer dar aquele ar de que já não saía de casa há 20 anos e que agora é que é para dar tudo. Contenham-se um bocadinho, vá.
6 – Não parecer que estão num ciclo de cio.
Questão complexa para ambos os sexos.
Se a pessoa é solteira – ok, está tudo muito bem, mas também não vale a pena levar um letreiro na testa e passar o resto da noite a fazer-se ao bife.
Se a pessoa não é solteira – atenção, não faz mal nenhum conviver, conversar, dar um pezinho de dança. Também não é preciso encarnar o tédio em pessoa (sim, também há aquela malta com ar de santa que se senta numa cadeira a noite toda e não arreda pé dali a cortar na casaca dos outros). Mas quem já não viu nestas festas pessoal com comportamento duvidoso, AKA, cio? É quase comovente assistir a este espetáculo, a pessoa não paga para ver a malta a soltar a franga, mas vem quase sempre como bónus.
E é basicamente isto. Não deixem de ser fiéis àquilo que são só porque vão a qualquer lado, mas muito menos se vão a uma festa da vossa empresa. Já vi pessoas a irem para o olho da rua na sequência de convívios empresariais. No final da festarola é dar de caras nos dias vindouros com a maior parte das pessoas que acabaram a noite a babar-se. Ou com uma mama de fora.
Monstra S.