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Monstras

Globos de Ouro, looks de lata!

Ontem foi noite de Globos de Ouro!

Eu não vi, confesso, pois não consigo resistir a uma boa noite de sono na minha rica caminha.

Contudo, não consegui ficar indiferente aos modelitos que invadiram tudo o que é site e fashion blog e não, também não vou conseguir ficar calada sobre este assunto!

 

E quem és tu para opinar? Perguntam vocês.

Pois, é verdade que não sou nenhum icone de moda nem fashion adviser mas vamos lá ver uma coisa… em determinados casos não é preciso ser perita no assunto, basta ter olhos na cara!

 

Aqui fica a minha lista dos casos mais mais monstruosos dos Globos de Ouro!

 

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 Aparentemente a Bianca Blanco decidiu inspirar-se no Robert Browning e personificar a lendária expressão " Less is more" só que acabou por sair mais um.. less is... almost nothing..

 

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 Por outro lado a Barbara Meier é mais adepta do " ou tudo ou nada" e optou por um vestido com tudo e mais um par de botas...

 

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 Kerry Washington, não há nada de mal em repetir modelitos mas os do Halloween, só mesmo no Halloween...

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Sarah Jessica Parker e Sadie Sink AKA as irmãs atarracadas.. a sério, parece que lhes deram uma martelada na cabeça! Não é suposto esta malta pagar milhares a fashion advisers?!

 

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 Sim, sim a Catherine tem um corpitxo do demóine e que põe muita menina de 20 anos a um canto. Nada a apontar em relação ao vestido, que lhe assenta como uma luva. Mas vamos lá ser sinceras.. Oh Catarina, que raio de ideia foi essa de mexer na cara? Estavas tão bem filha..

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Mais um caso de proporções falhadas.. esse comprimento não está nada nice oh Halle.. :(

 

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 Acho que já vos tinha falado do meu problema com pés... não é que não gosto, é que abomino! Nem dos meus gosto! São, provavelmente, a parte mais feia do corpo humano e, não me venham cá com a treta de "há pessoas com pés bonitos" porque, se as há, eu nunca vi nenhuma.. nem modelos, nem atrizes, nem homens, nem mulheres.. lamento!

Como se isto não bastasse, há por aí muito boa gente que descura a higiene e estética destes membros horribilis e, para piorar, parecem desconhecer o seu tamanho de calçado..

Dito isto, e vendo a imagem acima, Heidi PELO AMOR DA SANTA, crava uns sapatos ao LIDL...

 

E assim me despeço, que esta última imagem deu-me cabo do estômago. Resta concluir o que já sabemos, o dinheiro não compra tudo e bom gosto ou se tem, ou não há nada a fazer, nem fashion advisor que nos valha!

 

Beijos,

Monstra P.

 

 

 

 

Modelitos de Monstra: Pelo na venta (and everywhere)

Estamos a um mês do inverno e o frio já se faz sentir, principalmente de manhãzinha e à noite (pijamas polares, quem já aderiu?). Brrrrrr!

Este friozinho veio mesmo a tempo de fazer pandã com uma das grandes tendências desta estação: o pelo.

Na minha opinião é mesmo “A” tendência, pois ora que ele está em todo o lado: em look total, em look parcial, em apliques, em acessórios – até nas sobrancelhas o pelo a mais é tendência! Unicelhas, monocelhas e unissobrancelhas deste país, soltai-vos sem pudor – este é o ano!

 

Eu cá gosto da tendência (versão pelo sintético, obviamente), mas como tão bem me conhecem, aqui a Monstra gosta de apostar em peças versáteis e que podem ter alguma durabilidade. Dito isto, de todos os sítios onde há pelo nesta estação, eu prefiro vê-lo nos casacos (e nas sobrancelhas também pode ser, que é da maneira que tenho de ir à tortura da linha menos vezes).

 

Deixo-vos com uma pequena ponta do iceberg, porque este ano todas as lojas estão inundadas destes casacos. Duas coisas obrigatórias que devem ter em conta na hora de escolher: qualidade do pelo e qualidade do corte. Esmiuçando um pouco:

Qualidade do pelo – é importante não andar com um pelo com a textura de uma esfregona. Convém ser macio e é o suficiente para ter um bom ar. Rejeitem as versões "ásperas" e muito brilhantes.

Qualidade do corte – os pelos sintético têm tendência em enrolar nos forros, principalmente quando são peças mais finas. Ter em atenção esse aspeto fará com que a sua peça dure mais tempo com um bom ar.

 

 E agora as sugestões da Monstra:

 

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1 – Pequena chita by H&M (89,99€) – adoroooo os padrões animalescos, mas é preciso ter muitíssimo cuidado a usá-los. Aliás, os padrões animalescos deviam vir com bolinha e com um aviso de como usá-los. Há um grande risco de ficarmos com ar duvidoso, de quem está a aviar bifanas com cebola na Feira do Relógio (nada contra, atenção, sou fã do conceito dentro do contexto, claro)

 

2 – Baby Spice by H&M (89,99€) – este casaco é lindão e faz-me lembrar a Emma das Spice (so 90’s 😊)! E vocês estão a pensar: “Ah, é lindo, é, mas não fica bem com nada”. É falso, fica muito bem com: jeans, roupa preta, roupa branca, com vermelhos, com verde garrafa e verde escuro, com azulão, com bege, com castanho, com cinzento, etc, etc. É uma cor que faz a diferença num look e que fica bem com tantas combinações! Arrisquem!

 

3 – Amarelo canário by Zara (59,95€) – casaquinho fofinho que pode dar um pouco mais nas vistas, é verdade. Mas o corte, sendo mais curto, acaba por equilibrar. Pode usá-lo com jeans azuis, pretos ou cinzentos e uma camisa branca. É o suficiente!

 

4 – Blusão estilo bomber, versão fofa, by La Redoute (99,99€) – este casaquinho é lindo, porque reúne o melhor de dois mundos: um estilo mais formal e um estilo mais informal. O padrão permite dar aquele toque especial, enquanto o corte e o formato dão um ar mais descontraído. Uma boa aposta para ter no guarda-roupa.

 

5 – Cruela Cruel by Zara (79,95€) – em homenagem à Monstra P. que anda a cobiçar o modelito (deixo aqui um apelo a quem ainda não lhe comprou a prenda de Natal, esteja à vontade). Destaca-se ao nível da qualidade, por isso é uma excelente aposta para os anos vindouros. O padrão é absolutamente genial e é mais um exemplar que pode facilmente ser conjugado com looks mais informais.

 

Espero que tenham gostado destas dicas peludas e que se inspirem nelas para criar looks quentinhos e mais arrojados. Eu já ando com um debaixo de olho e estou a aguardar pela Black Friday para me fazer ao pelo, literalmente!

 

Monstra S.

Cheap&chic: look de outono à la Monstra

Há algum tempo que não faziamos um editorial com modelitos interessantes e, a pedido de uma colega nossa, decidimos fazer aqui uma sugestão de looks mais económicos e igualmente TOP!

 

Então cá vai:

 

 

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1 - T-shirt H&M: 9,99€ 

Ideal para conjugar com saias, calças e jeans. Uma t-shirt branca nunca é demais.

 

2 - Casaco Lefties: 40€

Ok, talvez um pouco arrojado para algumas de vocês, masssss... eu acho que é verdadeiramente fofinho e quero muito um. Conjuga bem com calças estilo "cigarrete", leggins, jeans e vestidos. Além disso é super quentinho, ideal para as noites frias de outono.

 

3 - Calças imitação pele MO: 24,99€

Um mus-have! As calças bum-bum, nome da minha autoria. Se as calças deste género tiverem um bom corte não há ninguém que não beneficie de um upgrade ao bum-bum. Believe me when I say!

 

4 - Body veludo Lefties: 12€

Tendênciaaaaa, super tendência mesmo. Coloquei nesta seleção precisamente por isso. As tendências são daquelas coisas onde, na minha opinião, não tem de se investir uma nota preta. Por isso, se até gostamos de uma ou outra coisa que está muito na moda, este é um exemplo que pode funcionar perfeitamente.

 

5 - Blusão estilo Mottard H&M: 39,99€

Um clássico. Se não puder ou não gostar de pele, que é mais durável e tem melhor qualidade no geral, esta é uma excelente opção

 

6 - Saia plissada MO: 24,99€

Gosto muito e, apesar de não dar certo com toda a gente (farei um post sobre o drama das saias plissadas mais à frente), esta é uma peça versátil e nesta cor... Uau! Adoro :)

 

E pronto, tudo bom, bonito e barato. Quem é amiga, quem é?

Sou eu, a Monstra S.

 

 

Calções. shorts ou alternativas às bordas de fora

Como foi aqui prometido pela Monstra P. no seu último post (intitulado "Vamos lá então falar de bordas"), vamos lá então falar de como podemos tapá-las de forma a não parecermos as nossas avós.

 

Penso que esta história de andar de bordas de fora era capaz de dar um estudo de caso, no âmbito de uma tese de mestrado.

É que não sei se é simplesmente por querer mostrá-las ao mundo ou se é o desejo de usar um calçãozinho mais curto, trendy e tal, que dá um ar despreocupado e bohoo à coisa. Podem ser as duas, pode não ser nenhuma ou pode ser só uma destas justificações manhosas, mas a verdade é que elas continuam lá, de fora, a dar a dar, a olhar para nós com ar de deboche.

 

Mais ainda quando são celulite free, o que me dá nervos a sério. Será que estão a mostrá-las desta forma escandalosa para sambar avidamente na cara das pessoas na casa dos 30? Shame on you! Bem, e com esta, já vamos em três teorias.

 

Teorias à parte, há sempre solução para tudo nesta vida. A primeira é obviamente tapar as ditas cujas. Menos é mais e se o objetivo é ser sexy ou dar nas vistas, ou lá o que raio passa pela cabeça desta gente ser, o melhor é anotarem já que ninguém quer ver muito mais quando já viu… as bordas.

Depois, há todo um mundo de calções que podem usar (curtos incluídos, que eu cá não sou nenhuma velha do Restelo), que darão muito bem conta do serviço sem por ao léu o que não é necessário mostrar.

É que há calções que são verdadeiros boxers de ganga, valha-nos-Deus! Façam panos para engraxar os sapatos com isso, por favor.

 

Calções de ganga

Devem usá-los, no máximo, pela linha da anca. O cós pode ser mais ou menos subido e a largura da perna também pode variar (mais larga ou mais apertada). Em oposição aos boxers de ganga, não usar, por favor, calções de ganga justa até ao joelho (estilo bermuda). Não há ninguém que fique bem com este modelo e acredito que está já em vias de extinção (se bem que ainda vejo algumas resistentes a usá-lo. Porquê, senhoras, porquê?).

 

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Calções mais formais

Para um look mais formal (um jantar de verão, um passeio, uma festa, etc) existem também calções que podem funcionar. Aqui podem jogar com padrões e texturas diferentes. Lembrem-se que os padrões estampados ajudam a dar volume e os padrões verticais ajudam a alongar a silhueta. Os modelos mais estruturados ajudam também a definir a linha da cintura e a alongar o figurino. São uma boa aposta!

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Seja lá qual for a opção, o look que queremos seguir, o estilo que nos serve de inspiração, devemos lembrar-nos sempre que a melhor inspiração somos nós. Devemos respeitar o nosso corpo e trabalhá-lo da melhor forma. Há looks que podem favorecer-nos a 100% e há outros que podem arruinar-nos num minuto.

 

E, se às vezes pode ser difícil decidir o que vestir, o que nos fica melhor, o que nos favorece mais, o mesmo não se pode dizer da moda das bordas. Essa não favorece ninguém nem acrescenta nada. Bem, no limite acrescenta que somos umas monstras com o cio.

 

Monstra S.

 

Vamos lá então falar de bordas

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E sim, são mesmo essas que estão a pensar.

Este tem sido um tema polémico há algum tempo e que voltou à ribalta com o comentário da Marisa durante um concerto. Muitos criticaram a posição da fadista: nós Monstras apoiamo-la e defendemo-la com unhas e dentes.
 
É verdade que cada um deve ser livre de vestir o que lhe apetece, mas vamos admitir que andar por aí com decotes demasiado pronunciados e o rabinho quase de fora roça o limite da liberdade e só fica bem na canção do querido Nel Monteiro.
 
 
 

 

 
 
Há inúmeras alternativas menos polémicas e que favorecem bastante mais! (a Monstra S. falará disso num post futuro) Não quer dizer que não se deva usar um shortinho na praia durante as férias mas andar no metro, escolas e centros comerciais com as bordas de fora é que não!
 
Mas, para mim, este é um tema que vai um pouco mais além das tendências de moda. Sinto que, cada vez mais, as nossas crianças crescem demasiado rápido e que os adolescentes querem parecer adultos demasiado depressa. Nesta luta surgem maquilhagens excessivas e roupas que, de tanto quererem transmitir sensualidade, se tornam vulgares e, enquanto isso, os melhores anos da sua vida passam-lhes ao lado. Além do mais, vamos admitir que este modelito não favorece quase ninguém...
 
A internet, com a globalização e rapidez de difusão de conteúdos que representa, trouxe muita coisa positiva para a vida das novas gerações mas, a meu ver, tornou-se responsável pela falta de identidade e de individualidade da sociedade em geral. Hoje todos querem ser Cristianos e Kardashians, o desenvolvimento do próprio "eu" acaba por se perder e os nossos adolescentes tornam-se cópias uns dos outros: mesmos cabelos, mesmas maquilhagens e mesmas roupas.
 
Não me interpretem mal, sou a favor da internet, das redes sociais e das partilhas (não fizesse eu parte de um blog Mostrengoso) mas continuo a dar muita importância à individualidade de cada um e sim, acredito que aquilo que vestimos é um reflexo de nós e da forma como nos sentimos e nos vemos.
 
Assim sendo, se é adolescente e nos está a ler ou se é mãe de um adolescente, (re)lembre o seu filho da importância de ser único e que ser diferente não tem nada de mal! (Re)lembre que não é preciso mostrar muita pele para ser sexy e que é muito melhor lançar tendências do que segui-las! ;)  
 
Enfim, este post é apenas uma opinião e isso vale o que vale, mas fica o conselho. 
 
Monstra P. 
 
Imagem Google.pt

Trend allert! Slide sandals OU a forma mais “in” de ser um pé de chinelo

Foi uma querida colega nossa que nos abordou com a questão: “vocês já viram aqueles chinelos com pelo que anda toda a gente a usar?”. Já vimos, já. “E porque é que as pessoas usam aquilo? É terrível!”. Porque está na moda.

 

Pois, está na moda, mas o que é verdade verdadeira é que estes modelitos já andam a rondar por aí há muitos anos. O meu avô já usava os clássicos chinelos da Adidas, os pool slides, e os turistas já andam a esfregá-los na nossa cara há décadas, sempre bem combinados com a bela da peúga branca.

 

A mim ninguém me tira da ideia que isto foi mais uma boa estratégia da Adidas para promover os seus produtos da linha originals. Claro que não o fez sozinha, senão não teria tido o mesmo impacto. Hoje em dia o street style, as it girls e as redes sociais fazem a maior parte do trabalho. De repente, coisas que estavam esquecidas e ninguém pensaria em usar ganham uma nova forma e acabam por chegar aos comuns dos mortais. Neste momento, os pool slides estão à venda em todo o lado e assumem variadíssimas formas.

 

Ora vejamos:

 

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1 – À turista: bifes e bifas devem estar a esfregar-se no chão de tanto rir. Após anos de vexame e olhares reprovadores por parte do povo tuga, eis que este look ganha adeptos de renome. É copiado nas passerelles de marcas importantes e por gente famosa. Aqui está um bom exemplo de um look que se inspira mesmo nas ruas… da amargura.

 

2 – Os clássicos: o pool slides da Adidas. Chinelos quadradões que não fazem o pé de ninguém parecer um pé de Cinderela. Mas eles aí estão, a serem combinados com looks tão improváveis como jeans, shorts, vestidos e por aí fora.

 

3 – Laçarote: alguém achou que o laçarote podia tornar este modelo um pouco mais interessante e menos masculino. E assim surgiram os laçarotes gigantes nos chinelos de piscina. Podia dar-lhes para pior.

 

4 – Tiras: as tiras grossas, geralmente com fivela, têm origem nos intemporais chinelos da Birkenstock. É um look que remonta aos anos 90 com muitas derivações de tiras grossas em plástico igualmente grosseiro, verniz reluzente ou pele. Hoje em dia até já existem opções em EVA, totalmente vegan. Like it!

 

5 – Peludão: qualquer semelhança com os tradicionais chinelos de quarto NÃO É pura coincidência. Existem chinelos com pelo de todas as texturas (de ovelha, estilo peluche, ave de rapina, veludo, etc) e por toda a superfície dos mesmos (até na sola). Isto é tudo muito bonito e trendy e super in, mas usar isto em pleno pico do verão não vai dar para mim.

 

6 – SMS: depois das t-shirts com a bela da mensagem, eis que agora até os chinelos podem falar connosco. As mensagens dos que tenho visto são quase sempre muito evasivas. Ainda não vi nenhuma a dizer bitch please, que era mesmo o que me apetecia usar.

 

E agora, se ainda estão para aí a fazer cara feia a esta tendência – e porque não gosto de matar à partida algo que é um êxito comprovado – deixo aqui alguns looks que até acho que podem funcionar relativamente bem. Como tudo na vida, se é para usar que seja com atitude!

 

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Monstra S.

Eva, a primeira mulher na terra, deu a Adão uma maçã. Mas bem podia ter sido um punhado de bagas goji.

Detox, juicing, souping, granolas, panquecas, happy bowls, quinoa, paleo, antioxidante, probióticos, glúten, trigo-sarraceno, bulgur, miso, espelta, spirulina, maca, goji, chia, stevia, macarroba, ghee, quark, skyr, óleo de coco.

A lista não tem fim. São conceitos-tendência que, afinal, já cá andam neste mundo desde o tempo em que andávamos a tentar fazer fogo com duas pedras.

 

O mundo dos alimentos saudáveis não para de nos surpreender, mas a mim, aquilo que mais me faz confusão, é a volatilidade com que eles se tornam saudáveis e de repente deixam de o ser, pelo menos em parte. E não falo das sardinhas que antes faziam mal e agora são ricas em ómega-3, do óleo de girassol que era muito mais saudável do que o azeite ou do açúcar – sim do açúcar. A minha avó conta muitas vezes que o médico da aldeia dela dizia aos pais para deixarem a saca do açúcar aberta, de modo a que seus petizes pudessem comer dele à vontade, pois fazia muito bem aos ossos – imagine-se!

  

Falo de coisas bem mais atuais, como os sumos detox que são ótimos para tudo (mas que a seguir podem matar), da granola que é top (mas, alto lá, isto afinal está carregadinho de açúcar!), da dieta paleo (que é bem boa para o colesterol, mas não tão boa para o fígado), da soja (que era a coisa mais maravilhosa do mundo, mas que afinal está cheia de hormonas), dos iogurtes sem lactose, light ou skyr (tudo de bom, sem culpas e muito proteico, blá, blá, mas… estão cheios de açúcares camuflados, edulcorantes, espartame e sabe-se lá mais o quê), a chia (que não se pode abusar senão aquilo rebenta-nos os estômago de tanto inchar) e até os produtos biológicos podem já não ser assim tão biológicos (os velhacos!).

 

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Onde é que tudo isto começou, é a questão. Eu arrisco a dizer que a moda da alimentação saudável veio primeiro com os produtos light e logo a seguir com a redescoberta da soja. Durante alguns anos foi assim, de vez em quando lá vinham as algas, o arroz e as farinhas integrais ou a frutose darem o ar da sua graça (destes acho que hoje em dia só a as pobres algas continuam a usar o título “saudável”).

  

Não sei bem precisar, mas arrisco a dizer que as redes sociais e os blogs, bem como algumas figuras públicas e as nutricionistas da moda, vieram dar um grande impulso a esta corrente da alimentação saudável. O grande boom foram os sumos detox e daí até à “comida do bem” foi um saltinho. Isto trouxe muitas coisas boas, a meu ver: a maior parte das pessoas está melhor informada sobre aquilo que come e pode fazer melhores escolhas. Outras coisas não são assim tão boas: há algum fanatismo sobre algumas destas tendências que, pessoalmente, não concordo muito. Por exemplo, quem não tem qualquer tipo de intolerância deveria mesmo excluir o glúten? Devíamos excluir todo o açúcar e gorduras completamente da nossa alimentação? Devíamos só comer super bowls ao pequeno-almoço e excluir a torrada com café com leite? Devíamos comer só coisas cruas?

 

Todas estas questões vêm à baila, principalmente quando estou com algumas amigas minhas. Esse grupo de amigas em particular é constituído por pessoas muito bem formadas, que se interessam muito pelas tendências e estão atentas àquilo que está a dar. São pessoas trendy, vá. Quando estamos juntas, quase sempre falamos sobre um ou outro ponto daquilo que está a dar na alimentação saudável. Não é uma conversa planeada, simplesmente acaba por calhar em conversa (verdade: reunimo-nos quase sempre em volta de um belo respasto). E no final, há sempre dúvidas que nos assolam o pensamento. Já chegámos mesmo à conclusão de que não há nada a fazer: há vários pontos de vista sobre o leite de soja, sobre a dieta paleo, sobre o jejum prolongado, sobre a chia, sobre a manteiga e a margarina, sobre o óleo de coco, sobre o glúten… muitos pontos divergentes sobre todos eles e questões, muitas questões, que pairam no ar.

 

Eu arrisco a dizer que os meios de comunicação também têm culpa no cartório (lembro-me da capa da Visão sobre os sumos detox, com a Jessica Athayde toda gira na capa, da reportagem da SIC sobre o açúcar que lançou a polémica ou a mais recente bomba sobre os produtos biológicos, também na Visão).

 

Penso que tenho alguma legitimidade para falar do assunto, já que a minha formação base foi o jornalismo e agora trabalho na área dos produtos saudáveis! Ironias. Na minha opinião é preciso informar bem o consumidor e informar sobre aquilo que é realmente saudável. Ser saudável é ser equilibrado e estar bem consigo próprio. E se isso for comer uma bola de Berlim na praia em plenas férias, que seja. Para mim, passar o Natal sem uma rabanada no bucho - não vai dar! Ou ir comer uns caracóis sem um pãozinho torrado a fazer pandã é para esquecer. Mas obviamente que no dia-a-dia temos de ter algum tento na língua, literalmente. Não vamos ser uns alarves a vida toda. Mas também não podemos ser escravos de modas e tendências. Um pouco como acontece nas peças de vestuário, vá. O equilíbrio dos clássicos ganha sempre.

 

Monstra S.